A Avaliação Emancipatória é um processo
contínuo, participativo, diagnóstico e investigativo, intimamente ligado à concepção de conhecimento
e currículo, sempre provisório, histórico, singular na medida em que propicia o
tempo adequado de aprendizagem para cada um e para o coletivo.
A finalidade da Avaliação Emancipatória é
diagnosticar avanços e entraves, para intervir, agir, problematizar e redefinir
rumos a serem percorridos. Não se reduz a mera atribuição de notas, conceitos
ou pareceres para aprovação ou reprovação, já que o processo educacional não pode ser tratado nem reduzido a esses
aspectos.
A investigação contínua sobre os processos de
construção da aprendizagem demanda rigor
metodológico, que se traduz por registros significativos, sinalizando as
possibilidades de intervenções necessárias ao avanço e à construção do
conhecimento. Os registros garantem também a socialização e construção
histórica deste processo, com produções dos alunos como amostras significativas
da aprendizagem.
Avaliar nesta nova ética é perquirir o
sentido da construção realizada, da consciência crítica, da autocrítica, do
autoconhecimento, investindo na autonomia, autoria, protagonismo e emancipação
dos sujeitos. Evidentemente que nessa
perspectiva está presente o trabalho continuo de replanejamento do processo de
ensino posto que tal concepção produz impactos na sala de aula e não somente
sobre o processo de aprendizagem do aluno. Portanto, deve assumir caráter
educativo, viabilizando ao estudante apropriar-se do seu processo de
aprendizagem e, ao professor e à escola,
a análise aprofundada do processo dos alunos, oportunizando replanejamento e
reorientação de atividades em outros espaços e tempos.
O método de
PARECER DESCRITIVO é uma novidade e como tal deve ser esclarecido aos pais, alunos e professores. Especialmente dar condições aos professores aplicarem essa forma de
avaliação, em especial uma capacitação constante e a interatividade em sala com
esta nova geração de alunos..
Na nova avaliação, são considerados três
conceitos diferentes que decidirão pela aprovação ou reprovação do aluno:
1.- CSA = a Construção Satisfatória de
Aprendizagem;
2.- CPA = Construção Parcial de Aprendizagem;
3.- CRA = Construção Restrita de Aprendizagem.
O(a) aluno( estudante ) se for conceituado na CRA em duas áreas de conhecimento é reprovado ? Se for conceituado na CPA em duas áres de conhecimento é reprovado ? Afinal qual é o critério objetivo para aprovação ou reprovação ? As dúvidas podem parecer simples para os gestores, mas para quem está do outro lado é no mínimo inquietante.
Segundo alguns teóricos, objetivamente para compreender melhor a quantificação de aproveitamento(avaliação) na construção de conhecimento a CSA equivale a 80%
- 100%; - CPA equivale de 60% - 79% e CRA, equivale a 0% - 59%.
Porém muitos alunos foram levados a crer que com conceito CRA em um trimestre não seriam reprovado, a reprovação seria somente para quem ficasse com dois CRA por área de conhecimento. Tem escola entendendo que a CPA( construção parcial de aprendizagem ) também impede o aluno de passara para o próximo ano. Esta falta de informação e desencontro de informações levam os estudantes, pais e os próprios educadores a uma desgaste emocional desnecessário.
Um entendimento mais aceito é de que se o estudante for enquadrado na CRA em uma, duas ou três área de conhecimento( com itens de conhecimento não ensinados/apreendidos ), será aprovado
de ano e acompanhado por um Plano Pedagógico de Apoio Didático (PPDA) para aqueles itens das áreas de conhecimento não ensinados/apreendidos. Nele estarão estar descritas as dificuldades que o aluno deve corrigir com ajuda dos
professores.
A nova avaliação é mais qualitativa do que quantitativa, como com as notas, porém, é impossível uma
transição rápida entre um método e outro sem uma assimilação por parte da
sociedade.
A forma de conceito( parecer ) é vantajosa no sentido que aponta qual o item ou os itens da matéria que o (a) aluno(a) não apreendeu ou o professor(a) não conseguiu ensinar. Evidente que vai aumentar a responsabilidade do mestre/educador.
Não existe tanta diferença, entre as notas e os conceitos, ambos os casos depende da interpretação do que foi estabelecido como meta ao aluno pelo professor.
Professores de disciplinas de uma área, como história e geografia, têm de sentar e entrar em consenso sobre qual é o conceito do Aluno. O problema reside ai, se o aluno vai bem em uma das disciplinas da área e na outra nem tanto como chegarão em um consenso? Jogarão o aluno que tirou nota CSA em história mas CRA em geografia na vala comum do CPA ? Qual o criterio objetivo para definir o conceito ?
O
Aluno tirar conceito “restrito”(CRA) em apenas uma área de conhecimento, poderá
passar de ano. Levará com ele, porém, um parecer indicando em quais habilidades
precisa melhorar. Com base nisso, os Educadores deverão elaborar um plano de
apoio para o estudante superar as dificuldades.
Para que o método possa dar certo e frutificar logo a Escola deverá fazer sua autocritica e dignosticos, sempre com a participação dos pais, funcionários, alunos e professores:
1.- Assim sendo, a Escola realizará, anualmente, o seu diagnóstico e a avaliação
de todas as dimensões e indicadores elencados no Sistema de Avaliação
Institucional, a fim de subsidiar a elaboração e/ou readequação dos planos de
gestão, dos docentes e demais profissionais de apoio pedagógico. A avaliação
envolverá todos os segmentos da Comunidade Escolar – professores, pais,
funcionários e alunos.
2.- A Escola deverá possuir um conselho de escolar participativo : É um espaço de discussão, de permanente
construção dos processos de conscientização, democratização, emancipação e de
diálogo entre os envolvidos no ato educativo, é instância do processo de gestão
democrática. Precedendo o momento do Conselho Participativo, a sala de aula no decorrer
do ano letivo, é o lugar onde ocorrem as relações: a criação de si mesmo e do
outro e se avança na construção da aprendizagem, e no qual ocorre a avaliação formativa. É o espaço
cotidiano, de ação-reflexão-ação, num processo de observação continuada, na
busca do autoconhecimento, num permanente processo de criação e recriação de si
mesmo. ( Fonte Puc e Adv. Adelar Rozin )
A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma. Existem teorias e a prática. O que vamos ensinar e o que vamos conseguir ensinar ? O que será apreendido e o que não será apreendido ? Como ensinar tanto, em tão pouco tempo e com poucos recursos ?
A charge ao lado mostra evidentemente que o exame para ver quem sabe escalar um árvore vai ser bem fácil para um ou dois e difícil ou quase impossível para outros.