PAPA FRANCISCO, PAPA JESUÍTA, PAPA DOS PAMPAS !?

Papa dos Pampas, Papa Jesuíta
O novo Papa Francisco I, é filho de um trabalhador Ferroviário, chamado Mário Bergoglio e de uma Dona de casa, chamada Regina Sivori, uma família italiana de nacionalidade Argentina, latino americana. 

Tem origem jesuíta pois em 1958 ingressou no noviciado da Companhia de Jesus( jesuítas ). Em 1963 estudou Humanidades no Chile e logo após retornou a Buenos Aires. 

Formou-se como Eng.º Químico e somente após a formação escolheu o sacerdócio, foi Professor Universiário de 1964 a 1965 de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé; em 1967 a 1970 estudou Teologia e foi ordenado sacerdote em 13-12-21969; - a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel, cargo que ocupou durante seis anos de sua vida. 

Foi nomeado Cardeal em 2001 pelo então Papa João Paulo II e ficou conhecido dentro da igreja a nível de mundo quando redigiu o documento sobre o Segredo da nossa senhora Aparecida da América latina. 

Até o momento pode ser adjetivado como um "conservador ligth", mas todo o mundo cristão espera que  mostre a natureza jesuíta, ou seja, de missionário da paz, da simplicidade, solidariedade,  das reformas e inovações. O mundo cristão espera por um reformista.

Os sinais da reforma são bem claros, ou seja, escolheu um nome diferente, Papa Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, pronunciou um discurso oficial curto, direto, sem ditado e simples, escolheu um veículo mais simples para o primeiro passeio oficial e teve a humildade de pedir que o mundo rezasse por Ele. Com isso mostra de forma expressa que a igreja, os fies e a humanidade necessitam relembrar os princípios do cristianismo como a simplicidade, humildade, solidariedade e o despreendimento material.

O  primeiro discurso oficial, poucas palavras e palavras simples: 
“Irmãos e irmãs, boa noite.

1. - UMA MENSAGEM P. A CUPULA DA IGREJA - "Vocês sabem que o dever do Conclave é dar um bispo a Roma. Parece que meus irmãos cardeais foram buscá-lo no fim do mundo, mas estamos aqui. Agradeço a vocês pela acolhida na Comunidade Diocesana de Roma, como seu bispo. Obrigado." 

2. - UMA MENSAGEM PARA O ANTECESSOR e a GESTÃO ANTERIOR - "Em primeiro lugar, gostaria de fazer uma oração pelo nosso bispo emérito, Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde. (Recitou o Pai Nosso, Ave Maria e Glória)"

3.- UMA INDICAÇÃO DE COMO DEVE SER O SEU PAPADO e como OS SEUS PARES DEVERÃO TRABALHAR -   "E agora, comecamos este caminho, bispo e povo, esse caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside na caridade com todas as Igrejas. Um caminho de fraternidade, de amor e de confiança entre nós. Rezemos sempre por nós, uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que seja uma grande fraternidade. Vos desejo que este caminho de Igreja que hoje começamos – me ajudará o meu cardeal vigário aqui presente – seja frutuoso para a evangelização dessa sempre bela cidade."

4.- SINAL DE HUMILDADE - PEDE QUE O POVO REZE POR ELE - Agora eu gostaria de dar a benção, mas antes vos peço um favor. Antes que o bispo abençoe o povo, eu peço que vocês rezem ao Senhor para que me abençoe. A oração do povo pedindo a benção pelo seu bispo. Façamos em silêncio, esta oração de vocês sobre mim (o Papa inclinou-se para receber a oração).

5.- Em RETRIBUIÇÃO às ORAÇÕES pede a benção do povo - "Agora vou abencoar vocês e todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade (o Papa prosseguiu dando a benção em latim e a indulgência plenária)." 

6.- AGRADECIMENTO aos FIEIS - "Irmãos e irmãs, vos deixo, obrigado pela acolhida. Rezem para que logo nos vejamos."

7.- A PREVISÃO DO FUTURO, a forte ligação como Nossa Senhora e a preocupação com Roma -   "Amanhã quero ir rezar a Nossa Senhora, para que proteja toda a Roma. Boa noite e bom descanso”. 

Um Papa reformista ou conservador ligth ?

     Alguns entendem que o Papa Francisco é apenas um conservador Ligth. Certo é que  a “gestão” de Francisco I represente uma fase de transição da Era João Paulo II, marcadamente conservadora e tradicionalista, para uma fase de uma Igreja menos fechada e aberta a novas práticas, novas ideias e sem se desviar da orientação original. 
     A escolha do nome pioneiro no Papado, Francisco I, remete a simbologia  de fortalecer o princípio de que a Igreja Católica pode ter um compromisso com os mais pobres e necessitados, com práticas e discursos conservadores menos radicais, sem necessariamente aderir aos pseudo-dogmas das Teologias da Libertação – com enfoque marxista-gramscista.

   É certo que a escolha vai reduzir muito o poder da prelazia papal Opus Dei, muito forte desde os tempos de João Paulo II e recentemente sofreu pressão e leve decadência.
    Um dos desafios do Papa Francisco, reformista ou conservador ligth, será de  reavivar dentro da Igreja os valores que foram tão caros a Jesus Cristo e que afaste da Igreja todos os que pecaram contra ela, contra Deus e contra os homens, causando-nos tanta vergonha e mal. Neste sentido São Francisco tem a prece ideal, isto é,  "Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade". 


    Outro desafio não menos importante é o de gestão, ou seja, gerencial. Francisco I deverá realizar uma histórica auditoria no Banco do Vaticano e por fim aso escândalos financeiros.
    Também terá uma missão importante na América latina, que concentra 42% dos católicos do Mundo. A igreja  está perdendo espaço para outras religiões ou seitas, então, será um terreno bom para fortalecer a igreja católica e melhorar este índice preocupante.
   

O NOME FRANCISCO, uma homenagem a São Francisco do Assis: 

O papa Francisco explicou( dia 15-03-2013 ), em discurso à imprensa internacional, na sala Paulo VI do Vaticano, os motivos da escolha de seu nome como pontífice: ele revelou que uma conversa com o arcebispo emérito de São Paulo, dom Cláudio Hummes, durante o conclave, o influenciou. “Durante minha escolha, tinha junto a mim o arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, o cardeal Cláudio Hummes, um grande amigo, que quando a coisa começou a ficar perigosa, ele me acalmou. Quando os votos chegaram a dois terços e os cardeais aplaudiram, ele me abraçou, me beijou e me disse: ‘Não se esqueça dos pobres’'.


Assim, aproveitando o ensejo é saudável lembrar e alguns pensamentos de São Francisco:

-Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível. Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras. - Frase de São Francisco de Assis
-A riqueza não se mede pela quantidade de bens que possuímos, mas no número de amigos verdadeiros e de pessoas que nos amam. 
-Não vos esforceis pelas honras do mundo, mas honrai o Senhor. 
-Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.

-Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida. 
-E se por esse motivo tiver de suportar perseguições da parte de alguém, que então o ame ainda mais por amor de Deus.
-O que temer? Nada. A quem temer? Ninguém. Por quê? Porque aqueles que se unem a Deus obtêm três grandes privilégios: onipotência sem poder; embriaguez, sem vinho e vida sem morte. 
-Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras. 
-Vamos confiar mais em Deus e obedecer às Suas magnânimas leis. Se trabalharmos em favor do Bem, esse Bem virá ao nosso encontro, esta é a lei.

Oração de São Francisco de Assis 
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz. 
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais.
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Os JESUÍTAS no Brasil  e a REPÚBLICA GUARANI :

   Os jesuítas eram(são) padres da Igreja Católica que faziam(fazem) parte da Companhia de Jesus. Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por Inácio de Loiola. A Companhia de Jesus foi criada logo após a Reforma protestante(século XVI), como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo. Portanto, esta ordem religiosa foi criada no contexto da Contra-Reforma Católica. Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil no ano de 1549, com a expedição de Tomé de Souza.

     Objetivos dos Jesuítas:

-Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas, no século XVI, principalmente à América;
-Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes as línguas portuguesa e espanhola, os costumes europeus e a religião católica;
- Difundir o catolicismo na Índia, China e África, evitando o avanço do protestantismo nestas regiões;
- Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo.

      Os primeiros jesuítas de renome que vieram ao Brasil no século XVI, foram o  Padre Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta e Padre Antônio Vieira. Em 1760, alegando conspiração contra o reino português, o marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil, confiscando os bens da ordem.
         A ordem dos jesuítas foi extinta pelo papa Clemente XIV, no ano de 1773. Somente no ano de 1814 que ela voltou a ser aceita pela Igreja Católica, graças ao papa Pio VII.
        Sob tal aspecto, devemos relembrar que o interesse da Igreja em ocupar e evangelizar o Novo Mundo se dava também pelas várias transformações ocorridas na Europa do século XVI. Nessa época, as religiões protestantes surgiam como uma alternativa ao milenar poderio religioso católico. Para reagir à significativa perda de fiéis, a Igreja aprovou a concepção da Ordem de Jesus, criada em 1534 por Inácio de Loyola, com objetivo de pregar o cristianismo nas Américas. 
       Os conflitos de interesse entre os "nobres e a igreja" ocorreu entre os jesuítas e os colonizadores, logo nas primeiras décadas da colonização. A enorme dificuldade para se obter mão de obra escrava africana motivou vários colonos a buscarem a força de trabalho compulsória dos índios. Logo de início, os jesuítas se opuseram a tal prática, já que a transformação dos índios em escravos dificultava imensamente o trabalho de evangelização. 
      Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese. A justificativa para tal ação adveio da ocorrência das Guerras Guaraníticas, onde os padres das missões do sul armaram os índios contra as autoridades portuguesas em uma sangrenta guerra( Sete Povos das Missões ). 
        Apesar desse episódio, a herança religiosa dos jesuítas ainda se encontra manifesta em vários setores da nossa sociedade. Muitas escolas tradicionais do país, bem como várias instituições de ensino superior espalhadas nos mais diversos pontos do território brasileiro, ainda são administradas por setores dirigentes da Igreja Católica. Somente no século XIX, foi que as escolas laicas passaram a ganhar maior espaço no cenário educacional brasileiro.
Cruz Missioneira em São Miguel
       A Redução de São Miguel Arcanjo foi fundada em 1687 pelos padres jesuítas espanhóis da Companhia de Jesus numa época em que as terras onde hoje está o Rio Grande do Sul pertenciam à Espanha por força do Tratado das Tordesilhas (1494). Foi a maior das sete reduções jesuíticas que juntas compunham os Sete Povos das Missões no solo que mais tarde passou a ser o Rio Grande do Sul. De todas as reduções jesuíticas no cone sul, foi considerada a mais próspera.
      O templo, hoje em ruínas, foi erguido em 1745. No seu auge, a redução de São Miguel Arcanjo chegou a abrigar 6.000 índios guaranis que, além de aceitar a fé cristã, aprendiam o espanhol e ensinamentos de economia, arte e ciências. Também aprendiam música e a confeccionar instrumentos musicais.
             Com a assinatura do Tratado de Madri em 1750, cinco anos após a construção do templo, a região dos Sete Povos das Missões foi entregue pelos espanhóis a Portugal em troca da Colônia do Sacramento, que passou ao controle da Espanha. Contudo, o Tratado de Madri não conseguiu ser cumprido de imediato, pois essa troca 

motivou a resistência dos índios guaranis, que se recusavam a entregar as reduções aos portugueses, gerando um conflito que entrou para a história como Guerras Guaraníticas (1754 a 1756). Os índios guaranis, liderados pelo índio guerreiro Sepé Tiarajú, morto em 1756, se recusaram a entregar suas terras aos portugueses, descumprindo o que rezava o tratado. Para forçar o cumprimento do tratado, portugueses e espanhóis se uniram para lutar contra os índios guaranis e assim promoveram a matança dos índios e a destruição das reduções jesuíticas. Foi quando Sepé Tiarajú proferiu sua famosa frase “Essa terra tem dono!” (Co Yvy Oguereco Yara!, em guarani). De nada adiantou. Todas as reduções foram destruídas pelos portugueses e espanhóis, sendo que São Miguel foi a que mais conseguiu resistir à destruição.
   As Guerras Guaraníticas, com a destruição das missões jesuíticas e genocídio dos índios guaranis, é bem retratada no filme “A Missão” (The Mission) de 1986, disponível em DVD. Estima-se que no seu apogeu, cerca de 40.000 índios guaranis viviam na região dos Sete Povos das Missões. Em 1983, a UNESCO tombou as ruínas como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.( Fonte - Rainer Sousa - Mestre em História ).

Esta terra tem dono !

    Os historiados se dividem, quanto a intenção dos Jesuítas e índios em criarem a sonhada civilização modelo, sem divisões entre cidade e campo, proprietários e não proprietários, apelidada de República Guarani. Sabe-se que Jesuítas e índios deviam obediência ao trono espanhol, pagavam-lhe seus impostos, e chegaram a ser importante braço armado não só para conter a expansão portuguesa, como para dominar rebeliões e ameaças de invasão, surgidas em diversas oportunidades. Apesar disso, a possibilidade de independência da República Guarani ou a ideia de independência sulista sempre foi a grande arma dos críticos dos jesuítas. Em folhetos que circulavam na Europa, chegava a se apresentar o velho cacique Nicolau Nhenguirú, como Nicolau I, rei do Paraguai, procurando indispor o trono espanhol contra os jesuítas. Foi tanta a agressão, que os padres acabaram sendo derrotados. 
   Por fim, foi trocada a Colônia de Sacramento - que os exércitos guaranis ajudaram a conquistar para a Espanha - pelos Sete Povos das Missões, na margem esquerda do Rio Uruguai, atual território do Rio Grande do Sul, foi deflagrada a guerra guarani contra as coroas espanhola e portuguesa, porque os índios não aceitavam ter que abandonar suas terras e cruzarem o rio em direção às reduções da margem direita, na atual Argentina.

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